domingo, 31 de maio de 2009


Sempre achei estranha a mania que temos de “Comemorar” datas de falecimento. Não que o uso do verbo esteja incorreto, não, pois “comemorações” são feitas para “homenagear”, “lembrar”, “trazer à memória” datas de aniversários, fatos ocorridos, personalidades etc. No entanto para mim, soa mal dizer: “Estamos comemorando o qüinquagésimo aniversário da morte de Villa-lobos”. A impressão que me fica é a de que estamos felizes por lembrar a data em que saiu do nosso convívio, aquele que considero se não o maior, um dos maiores compositores do SÉCULO XX. Porque não “Relembrando Villa-Lobos”?Acertadamente a Prefeitura Municipal de Santos optou por destacar, dentro da sua já tradicional “Semana Villa-Lobos”, o complemento “50 ANOS SEM VILLA”. Tive o privilégio de assistir a algumas apresentações e confesso que, mesmo conhecendo o potencial dos artistas envolvidos no projeto, fiquei realmente empolgado com o altíssimo nível das atuações que presencie. O Coral Municipal de Santos e o tradicional MADRIGAL ARS VIVA, ambos sob a competentíssima direção do maestro ROBERTO MARTINS, deram uma demonstração do que é a “verdadeira prática coral”. Tenho a certeza de que é desses grupos que vão sair os professores de música que as nossas escolas tanto precisam, já que das Faculdades de Música nada se pode esperar a respeito. O abnegado pianista e professor ANTONIO E(DUARDO que, ao contrário da grande maioria dos interpretes brasileiros, vem mantendo uma saudável e patriótica cruzada em prol da música brasileira, fez uma descontraída “palestra-concerto” sobre a obra pianística de Villa-Lobos, executando com compreensão e estilo algumas composições do mestre. O fecho com chave de ouro veio através da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos dirigida por LUIZ GUSTAVO PETRI. A postura, a afinação, a atenta resposta às mínimas e precisas indicações do maestro foram responsáveis pelas excelentes versões que ouvimos da Bachianas Brasileiras nº 2 e 7. Luiz Gustavo Petri mostrou-se um “Diretor de Orquestra” digno desse título, Não apenas dirigiu com precisão, como soube transmitir à orquestra a sua concepção estética e a emotividade que transparecia em cada um dos seus gestos. É uma pena que os nossos homens públicos não imitem a postura dos homens públicos de outros países, ou mesmo de políticos nossos de outros tempos. Tenho vídeos de Horowitz tocando na Casa Branca para o Presidente J. Carter, em Londres assistido pelo Príncipe Charles, Princesa Diana e outros membros da realeza. Cansei de ver no Teatro Municipal de São Paulo os Governadores Ademar de Barros, Jânio Quadros, Paulo Maluf e Paulo Egídio Martins e Secretários como José Mindlin e Cunha Bueno. Se um dia se dispuserem a prestigiar os artistas músicos, poderão verificar ”in loco” o acerto do investimento despendido. SÉRGIO DE VASCONCELLOS-CORRÊA. (Publicado no Jornal A Tribuna de Santos).

sábado, 30 de maio de 2009

Defesa de Tese.


"Mário de Andrade e o estro romântico de sua propositura estético-musical; expressão da determinação histórica no capitalismo hiper-tardio", foi a Tese apresentada por Henri de Carvalho, em 26 de maio p.p., perante Banca constituida pelos Doutores: Yvone Dias Avelino, Sara Albieri, Mauro Luiz Peron e Sérgio de Vasconcellos-Corrêa, no setor de Pós-Graduação em História da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). O Orientador foi o Professor Dr. Antonio Rago Filho. Por unanimidade a Banca Julgadora conferiu ao novo Doutor a nota máxima.